OCORRENDO TUDO BEM

O nosso apartamento já estava decorado, tudo estava tão lindo. Um banheiro espaçoso, uma sala que tinha pintura de mandeira, uma TV embutida na parede, piso de madeira. O quarto do Vitor Rafael, bem lindo, com prateleiras cheias de brinquedos, seus carrinhos, seus bonecos. E tantas outras coisas. A cozinha impressionava, tudo estava tão lindo e tão bem. Marizete, me ajudou a fazer algumas arrumações.

- Eu gosto do desenho da logo do Luan que tem na casa de vocês. Poderia ter um aqui também, não é ? – dizia, apontando para a parede da sala.

- Meu filho já vai sair de casa ? É isso mesmo ? Não acredito – Marizete dizia emocionada. Sentou-se, colocou a mão no rosto e chorou.

- A senhora não precisa ficar assim, ele vai ficar indo na casa de vocês, sempre. Não quero que ele se afaste da senhora, do Amarildo, da Bruna, eu não quero que ele se afaste e ele também não quer se afastar de vocês. É só uma fase, a senhora sabe disso.

E também o Luan vai adorar ver a senhora aqui quando chegar de viagem, vai adorar as visitas que vocês irão fazer. E nós não vamos deixar de frequentar a sua casa.

- Eu estou com o coração apertado porque ele vai sair de casa, porque eu sou mãe. Você vai entender quando o seu filho crescer. Mas eu estou feliz, muito feliz por ele ter encontrado uma pessoa tão  maravilhosa, pra dividir um lar. Obrigada por cuidar tão bem do meu filho, obrigada mesmo.

- Eu quem agradeço a senhora, por ter educado tão bem o seu filho. Ele está repassando o que aprendeu com a senhora e com o seu marido, para o nosso filho agora. E eu tenho muito que agradecer a senhora, pelo os conselhos, pelo os puxões de orelha e também por nunca ter me abandonado.

- Não me faz chorar mais ainda, menina – rimos. – Já dei sim, puxões de orelha em você, no Luan principalmente, porque ele é desligadinho e cabeça dura também.

- Mas enfim, mãe é assim mesmo. Fico imaginando quando o meu pequenininho estiver na sua adolescência, vou ter um pouquinho de dor de cabeça.

Conversamos mais um pouco e fomos terminar de arrumar as outras coisas.

- Bárbara, o casamento está chegando. Falta apenas seis semanas. Nervosa ?

- Está começando a me dá um friozinho na barriga. E ainda nem vi o vestido de noiva ainda. Que nervoso deu agora – ri.

- O Luan ainda não viu o terno. Já resolveram igreja, buffer, decoração, recepção. E o vestido e terno ainda não viram ?

- Tenho medo de provar o vestido, deixar tudo certinho e no dia não entrar.

- Vai com a Bruna a noite para a academia.

- Vou sim ! Estou me relaxando demais. Só vou malhar quando o Luan está por aqui, e ele só volta amanhã. Já sei !

- O que ?

- Vou começar a caminhar de novo, depois eu faço um exercício pequeno, pra poder controlar o meu peso. Estou ficando gordinha.

- Não está gordinha, mas se você quer ficar bem no vestido, é bom sim fazer exercício, além do mais é bom para a saúde.

Terminamos de arrumar tudo, fui com a Marizete para sua casa, o Vitor estava com o seu avô brincando de um joguinho em cima do tapete na sala. Bruna estava na cozinha e escutava música, ao mesmo tempo cozinhava, aquela menina era boa na cozinha.

A noite, banhei o Vitor e o coloquei para dormir e cai na cama feito pedra, estava bem casada, aquele dia tinha sido bem puxado. As horas passaram rápido demais. Acordei sentindo beijos no rosto e até pensei que poderia ser o meu filho, mas ao abrir os olhos encontrei o homem da minha vida ali na minha frente, Luan estava sentadinho ao meu lado da cama e sorria para mim.

- Bom dia, meu amor – ele dizia.

- Bom dia ! Você não iria chegar só amanhã ?

- Bárbara, eu falei ‘ bom dia ‘. Já são oito horas da manhã.

- Nossa ! Mas já é de manhã ? Eu acabei de dormir – escondi o meu rosto no travesseiro. Mas ele tirou.

- Sério ? Você veio dormir agora de manhã ?

- Não amor, é que as horas passaram rápidas demais.

- Ah ! Deixa eu dá um beijinho em você  - ele ia se aproximando.

- Deixa eu só escovar os dentes e lavar o rosto. Já nos falamos.

- Tudo bem, vai lá.

No banheiro fiz minhas necessidades e ao sair do quarto não o encontrei mais. Aproveitei para trocar de roupa. Já nas escadas escutava a risada do Vitor com Luan, os dois viviam brincando. Os passos deles foram se afastando, todos foram para a cozinha.

- Bom dia – disse ao entrar na cozinha.

- Olha quem chegou !

- Eu disse ao Luan que era pra deixar você dormir mais um pouco, ontem você fez tanta coisa e pela tarde você dormiu pouquinho.

- Sem problemas ! Tem coisas melhor do que acordar com o Luan me chamando, me dando beijos ? Espero que isso aconteça mais vezes – todos riram e o Luan beijou a minha mão, rindo também.

- Filho, o apartamento está lindo. Você precisa ir lá olhar.

- Claro irei sim, ainda hoje. Pai, você já foi ?

- Ainda não, mas vou assim que puder.

- Eu também não fui, quero olhar, até porque eu ajudei a escolher algumas coisas – dizia a Bruna, rindo.

A tarde fomos no apartamento, o Luan todo encantando saiu andando pela a casa com o Vitor no colo, olhava cada lugar encantando.

- Muito massa, cara.

- Gostou mesmo ? – perguntei.

- Gostei, sério mesmo. Fera hein ? – ele entrou em nosso quarto. – Olha esse quarto, caramba que massa. Gostei de tudo. Quando vai colocar os lençóis, essas coisas ?

- Melhor quando já estivermos aqui.

- Beleza ! Mas ficou muito legal.

{...}

Luan passou poucos dias em casa, ele tinha tanto trabalho para cumprir antes do nosso casamento. E por isso a Dagmar iria com ele até um atelier em São Paulo, ver o seu terno. Eu também aproveitei alguns dias, para ver o meu vestido. Os convites foram entregues para todos os convidados, claro. 

Tivemos um pequeno problema com a igreja, mas que foi resolvido pelo o meu sogro. A igreja a qual iríamos nos casar, iria ser reformada justo no mês do casamento. Pois então, combinamos com o padre e decidimos que a cerimônia iria acontecer em um lugar mais reservado, um contato com a natureza, com o campo. E encontramos um lugar maravilhoso, que já estava sendo preparado para a cerimônia.Yana, uma amigona que eu tinha conquistado em São Paulo, chegaria uma semana antes com o Ricardo, o seu futuro noivo também. 

Meus dois primos que eu tinha a maior consideração, estavam prestes a chegar, assim mataríamos a saudade. Além da minha irmã, da minha pequena Ana Clara que já estava enorme. Da minha querida mãe. O marido da minha irmã, não estaria presente, ele tinha uma viagem de negócios e viajaria para Los Angeles. Tinha também os familiares do Luan, que não era pouca gente, chegaria muitos de Campo Grande, para nos prestigiar, também alguns de Santa Catarina. 

Amigos de muito tempo do Luan, que ele não perdeu contato e que fazia questão de tê-los no casamento, estavam na lista.E a cada piscar de olhos, estava mais perto para o grande dia. Eu já começava a ficar mais nervosa. E mais ainda porque o meu noivo não me ligava mais. Porém, ele chegaria naquela noite. E assim que ele chegou, me convenceu de ir para a academia e lhe acompanhei.

PLANOS

No dia seguinte, acordei cedo com o Vitor e fomos tomar café da manhã com os pais de Luan, seu tio e sua irmã. Na mesa, o Amarildo acabou contando o que tinha acontecido na noite anterior. Pois então, aquilo gerou uma discussão tremenda entre eu e o Luan, mas depois tudo foi resolvido, acabamos indo pescar juntos.  Aquele dia não era o meu dia de sorte, tudo estava tranquilo, até quando eu tropecei no barco ao sair e caindo na água, muita sorte era que  meu celular não estava no bolso e sim dentro da bolsa da Dona Marizete. Estava toda ensopada, e a minha sogra disse que eu poderia ir tomar um banho, que ficaria com o meu filho.

O Luan e eu, fomos para o nosso quarto e ele não parava de rir de mim, lembrando do acontecido. Ao chegarmos no quarto, entramos no banheiro juntos e tomamos banho agarradinhos, era tão gostoso aquele clima, meio romântico.  Sai do banho o deixando terminar o seu, coloquei uma lingerie e fiquei em frente ao espelho, me senti gorda ao me ver naquele espelho tão grande. Luan saiu do banheiro enrolado em uma toalha, se aproximou de mim, me deu um beijo no rosto, passando suas mãos pelo o meu corpo. Ele  me levou até a cama, não tirava suas mãos da minha cintura. Beijando o meu pescoço, onde causava arrepios.

- Luan, para ! – disse quando ele já estava em cima de mim.

- Não quero parar – ele sussurrava em meu ouvido. Quando me dei conta, estava sem as minhas peças intimas e sendo amada, pelo o meu amado. Apesar que eu não queria, mas eu não resisti ao seus toques, seus beijos.

- É porque não queria, não é ?

- Eu realmente não queria.

- Segui seu ritmo bem lento – Luan ria, e me dava beijos no rosto.

- Vou ficar aqui com você não – quando ia me levantando o Luan me puxou, cai em cima de suas pernas, se levantou um pouco e me deu um beijo. – Sai, Luan.

- Não saio, para de ser chata. Quero de novo ! – ele selava os meus lábios.

- Não !

- Só mais um pouquinho ?

- Menino ! Para com essas coisas.

- (risos) Mais tarde, meu amor – arrumei o meu vestido e sai do quarto.

{...}

Os dias que passamos naquela pousada, foi maravilhoso, bem divertido também. Não vimos mais o Beto, sua lua de mel tinha acabado, sua esposa tinha que volta a trabalhar, assim como ele também. Foi até bom, pois ele sempre era o motivo das minhas discussões com o Luan. Voltamos para Londrina e o Luan foi para os seus compromissos, fazer os seus shows.

Também estávamos com vários planos, combinei com a Marizete de irmos em uma loja de móveis planejados, era tudo tão lindo os materiais e na loja que eu já tinha programado ir, tudo era de primeira.  Compramos os móveis que precisava, os principais, também fizemos algumas compras para a cozinha, como copos, talheres e entre outras coisas. A loja de móveis planejados, iria deixar tudo arrumado no dia seguinte, no apartamento o qual eu iria morar com o Luan.

Passamos na emissora a qual eu trabalhava, apresentei a Marizete a minha ex-patroa, que também era uma amiga, ela aproveitou para falar a Marizete o quanto a sua filha gostava do Luan e elogiava ele por demais, fazendo a minha sogra se emocionar ao ouvir coisas tão lindas dela.

Os  dias seguintes foram cheios de compromissos. O Vitor ainda dormia na casa dos avós, eu procurava uma babá para ficar com ele pela tarde, quando eu não estivesse em casa, fiz entrevista com várias mulheres que ligou quando viu o anuncio que precisava de babá. Conversei com todase nenhuma me agradou, até chegar uma última que já gostei de cara, ela se chamava Júlia, tinha seus 40 anos. Morena, dos olhos azuis, tinha três filhos. 

Conversamos por muito tempo e eu peguei o seu contato, o que eu não tinha feito com as outras.

Na madrugada daquele dia, o Luan me ligou. Estava na casa dos seus pais e dormia com o Vitor, acordei sonolenta á procura do meu celular que estava alto e poderia acordar o meu filho, e ele já estava quase acordando.

- Oi amor – disse assim que atendi, sabia que era o Luan.

- Acordei você, não foi ?

- (risos) Acordou sim, mas não tem problema.

- Desculpa ! É que acabou o show, cheguei no hotel e me deu uma vontade tão grande de falar com você, escutar tua voz, te ouvir me chamar de amor.

- Amor ! Que lindo.

- Tudo bem com você, não é ?

- Sim, sim. Está tudo ótimo e com você ?

- Tudo certinho. O que tem de novo pra me contar ? – contei para o Luan sobre a babá, que na verdade os pais do Luan tinha me dado a ideia, e ele amou a tal da ideia.

- Ela é muito legal, super mãe.

- Legal ! Quero que ela cuide bem do nosso filho.

- Ela  vai cuidar sim. Espero !

- Babi, fica conversando comigo até me dá soninho ?

- Fico sim. Vou ficar aqui até você dormir.

A primeira conversa foi sobre nós dois, os preparativos para o casamento, ele contava como queria o casamento e eu dava as minhas ideias.

- Como eu queria está do seu lado, meu amorzinho. Sentindo o seu cheirinho, te dando beijinhos, te fazendo carinho, te amando.

 - Estou te esperando. Não vejo a hora de te ver, fazer um carinho gostoso em você até você dormir do meu lado, me abraçando. Não vou me acostumar nunca com sua ausência, o que eu faço hein ?

- Vai até o meu guarda-roupa.

- O que tem lá ?

- Pega uma camisa que você quando eu uso – sai da cama e fui até o guarda-roupa, pegando a blusa que eu mais gostava quando ele usava.  A blusa a qual tínhamos passado a nossa primeira noite juntos, eu lembrava. – Pegou ?

- Sim !

- Qual você pegou ?

- Aquela que passamos a nossa primeira noite juntas.

Luan, pediu que eu vestisse a camisa. Ele dizia que aquilo iria me fazer mais perto dele, mas não adiantou nada, só me fez sentir mais saudades.

- Agora o sono bateu, meu amor. Vou dormir, beleza ?

- Logo agora ? O meu sono foi embora.

- Vou cantar um pouquinho pra você e vou dormir – ele bocejou. – Sono chegou naquele poder, mas vou cantar pra minha princesa.

E assim ele fez, ficou cantando pra mim e depois nos despedimos, ele estava cansado.

CIÚMES

- Foi a pessoa que você acabou de ver ?

- Me deixa sozinho, Bárbara.

- Eu não vou deixar você sozinho, porque ... – não terminei de falar, pois o Luan não deixou, já que me olhou sério e entendi. Sai , lhe deixando sozinho como queria.

Alguns minutos depois olhei para o mesmo lugar que eu tinha deixado o Luan, perto de uma janela, onde ele continuava olhando as pessoas pescarem. Fui até ele, dessa vez não quis saber se seria ignorada, eu tinha que está ao seu lado.

- Eu também sinto ciúmes de você. É ruim isso não é ? – eu falava como uma tola, ele continuava em silêncio. Escutamos umas pessoas rirem, olhamos para o lado e encontramos o Beto junto com a sua esposa, ela era muito bonita e fiquei feliz em vê-lo alegre daquele jeito ao lado dela, ele merecia uma boa mulher.

- Oi Bárbara – disse a mulher que estava com o Beto, o Luan se afastou da janela e olhou para a mesma direção que eu, ao ver o Beto fez uma careta e voltou a olhar as pessoas pescarem.

- Oi, conheço ? – perguntei, já que aquela mulher se mostrou tão intima de mim.

- Sou a esposa do Beto, ele me contou sobre vocês. Uma amizade muito bonita. Espero que essa amizade não se acabe, vejo que é uma ótima pessoa e eu não tenho ciúmes, vou logo avisando – ela disse sorrindo, era simpática e mostrava sinceridade. – Apareça em nossa casa, vão nos visitar.

O Beto, não falava nada apenas nos observava sorrindo.

- Irei sim , levarei o meu noivo e o meu filho. Pode ser ?

- Claro, esperamos vocês. Estamos indo, qualquer coisa pode ir em nosso quarto.

Ela olhou para o Beto e deu um beijo em seu rosto. Fiquei pensativa, ela disse não ter ciúmes e porque estava fazendo aquela cena ? Sorri para ela e nos despedimos.

- Irônica ela não é ? – disse para o Luan que continuava do mesmo jeito.

- Não quero saber de nada, Bárbara.

- Não acredito, Luan ! Viemos para esse lugar, para discutirmos ? Eu nem falei com ele, imagina se eu tivesse cumprimentado ele ? Que besteira.

{...}

Eu não conseguia gostar daquele cara, eu sentia raiva dele por já ter tentado algo com a minha Bárbara. Eu me sentia inseguro também, por ver que ela admirava ele. Eu tinha medo também, na verdade eu tenho medo de um dia ela cansar de mim e correr para os braços deles, mesmo ele casado agora. Para não brigarmos pelo o Beto, eu resolvi ficar um pouco quieto, ela insistiu em ficar do meu lado, me perguntar o que estava acontecendo, mas eu preferi não responder nada.

Com isso a Bárbara passou a tarde com a minha irmã, o meu filho e a minha mãe em um lugarzinho que parecia um shopping, ali perto da pousada que estávamos. Eu, resolvi esfriar a cabeça, indo para o quarto e dormindo a tarde inteira. Ao acordar pela noite vi que ao meu lado tinha várias sacolas, com certeza a Bárbara aproveitou. Olhei para a janela e já era noite, senti falta dela e do meu filho e sai do quarto.

Fui para o lago da pousada e encontrei todos ali, e ela estava lá, linda com o nosso filho em seu colo, ao seu lado a esposa do Beto, em frente a elas, o meu pai e o Beto conversavam. Me aproximei devagar e sentei ao lado dela :

- Oi , agora está mais calmo ?  - ela me perguntou passando a mão em meu rosto.

- Não estava estressado.

- Chateado comigo ?

- Não !

- E essa carinha ? – ela beijou o meu rosto. – Vamos pro quarto ?

- Acabei de sair de lá, vou ficar por aqui mesmo.

- Tem certeza ? – Bárbara me perguntava com um sorriso malicioso no rosto.

- Tenho, Bárbara – falei um pouco impaciente, tinha acabado de acordar e ela começou a me encher de perguntas, eu ficava louco.

- Quanto mais velho você vai ficando, mas grosso também vai ficando.

- Não estou sendo grosso com você.

- Tudo bem, vou subir então com o Vitor.

- Deixa ele aqui comigo ? – ela não falou nada, apenas colocou o meu filho em meu colo, se despediu de todos e foi se afastando aos poucos. Pedi licença a esposa do Beto e fui participar da conversa do meu pai com o Beto, eles conversavam sobre, jornalismo, faculdade. Estava perdido naquela conversa.

Até o meu pai pegar o Vitor de mim e se afastar, indo até a minha mãe que agora conversava com a minha irmã e a esposa do Beto. Aproveitei para conversar com ele.

- É bem estranho está cara a cara, com o homem que me fez separar da minha mulher.

Um beijo, acaba com qualquer casamento. – fui tolo em começar daquele jeito, aquela conversa, mas já tinha saído e eu queria ver qual era a dele.

- Eu agora sou casado, Luan. Não vamos ficar comentando sobre isso aqui, perto da minha mulher. E já passou também não é ? Vocês dois estão juntos de novo.

- Para sua infelicidade, talvez.

- Para a minha infelicidade ? Pois saiba que eu estou muito feliz em saber que vocês estão juntos novamente, até porque a Bárbara te ama e o lugar dela é ao seu lado. É uma pena, saber que no começo eu presenciei coisas terríveis entre vocês dois, você não soube reconhecer o amor que ela sentia por você. E sobre o beijo, foi apenas um acidente, não precisava ter maltratado tanto ela daquele jeito. Mas você é um moleque, e os moleques fazem isso.

- Você beija a minha noiva e depois vem aqui me chamar de moleque ? Você é um tanto adulto então, não é ? Creio que quem faz isso, beijar mulher comprometida, não é considerado um homem.

- Eu sou adulto o suficiente pra entender e dar valor a um sentimento de uma mulher. O que a Bárbara passou durante a gestação dela não foi brincadeira, você abandonou ela, cara. No momento que ela mais precisava, você simplesmente deixou ela de lado.

- Você não sabe de nada, cara. Não sabe o quanto eu sofri também com essa separação que você fez com que acontecesse, você estragou o nosso relacionamento.

- Luan, não vou ficar aqui discutindo isso com você.

Ele ia saindo, mas voltou e tocou em um assunto que me irritou demais, e a única coisa que se passou na minha cabeça, foi fechar a minha mão e socar a cara dele.

- Luan ! Você ficou maluco ? Para com isso. Vai pro seu quarto.

Minha mãe assustada com o Vitor em seus braços, foi comigo até o meu quarto. Bárbara abriu a porta e eu sai disparado para o banheiro. 

ENCONTRO INESPERADO

Ao chegar em casa contamos tudo o que tinha acontecido , a data do nosso casamento que foi marcada , ficaram tão felizes por nós dois. Ficamos no jardim , até eu e o Luan resolver ir para o cinema , combinamos com o Wellington por telefone , tudo direitinho , a hora e por onde iríamos entrar.Veio a noite e já estava pronta , vestia um vestido cor salmão , colado ao corpo , um salto preto , arrumei bem o cabelo e fiz uma maquiagem delicada. No final que estava pronta , Bruna resolveu dar baby liss nas pontinhas do meu cabelo.

- Vai lá cunhada  , está linda.

- Obrigada !

Fui a procura do Luan e o encontrei já arrumado na sala.

- Vamos ? – perguntei.

- Nossa ! Está linda demais com esse vestido  - segurou a minha mão.

- Gostou mesmo ?

- Sim , amei.

Antes de ir passei o quarto do Vitor para lhe deixar um beijo , já estava dormindo , então iria sair tranquila. Chegando no cinema , encontramos o Wellington que já organizou tudo para entrarmos na sala. Eu quem escolhi o filme , o Luan ficou meio chateado , ele não queria assistir um romântico.

Era 23:00 quando nos despedimos do Wellington ,tudo tinha ocorrido bem , nada de tumulto , nos despedimos do seu segurança e entramos no carro.

- Vamos andar por aí ? – perguntou o Luan.

- Olha a hora , não é melhor voltarmos pra casa ?

- Não está com fome ?

- Muita – fiz careta.

- (risos) Então vamos comer alguma coisa ? O que você quer ?

- Quero um MC.

- MC , Bárbara ? Vai ficar gordinha , amor – ele dizia rindo.

- Você perguntou o que eu queria.

Passamos no MC Donald’s e nos deliciamos nas coisas que pedimos. Paramos em um lugar um pouco movimentado , teria uma festa no local , algumas pessoas passavam perto do carro e nem imaginava quem estava ali. Ao terminar o nosso lanche , ficamos conversando um pouco , mas não saímos em nenhum momento do carro.

- Queria te pedir uma coisa.

- Pode pedir – disse ele.

- Me deixa na casa da Bia ?

- Não vai dormir comigo hoje ?

- Luan !

- Tudo bem , eu te levo. Só que está meio tarde não acha ?

- Eu tenho a chave não se preocupa. Amanhã cedinho eu vou na sua casa

e vamos ficar juntinhos , tudo bem ?

- Tudo bem !

Fomos em silêncio , apenas escutando a música que passava no carro. E ao chegarmos em frente ao prédio onde a Bianca morava , ele tirou o seu cinto de segurança.

- Tem certeza ? – me perguntou , com um sorrisinho de lado.

 - Tenho.

- Você vai ficar bem aqui ? Não quer mesmo ir pra minha casa ?

- Eu vou ficar bem aqui sim , não se preocupa.

- Porque você não quer dormir comigo ? – perguntou passando a mão no meu rosto.

- Amor , não faz assim. Amanhã eu durmo com você.

- O Vitor está lá em casa , vai sentir sua falta – dei uma risada.

- Eu preciso pegar algumas coisas.

- Eu espero !

- Não ! Luan aqui é muito perigoso , vai pra casa.

- Não vou – ele cruzou os braços.

- (risos) Tá bom ! Eu vou dormir na sua casa.

- Aeê ! Vamos lá – ele ligou o carro imediatamente e fomos para o condomínio.

(Na casa do Luan)

- Sexo agora só depois do casamento – disse para ele ,após ter

tomado banho e estarmos na cama.

- Ficou maluca é ?

- Não ! Eu estou falando sério.

- Para de brincadeira , Bárbara.

- Não estou brincando , Luan.

- Se isso fosse antes de nos conhecermos eu até aceitaria. Mas agora ? Depois da gente ter tido várias relações ? Ficou  maluca.

- (risos) Você aguenta , eu sei que aguenta.

- É eu aguento – ele foi irônico.

- Não vai ficar com outras mulheres , não é ? – perguntei rindo.

- Não sei – Luan ficou de costas para mim e fingiu dormir.

- Você vai , Luan Rafael ?

- Era pra você ter ficado na casa da Bianca mesmo.

- Não seja por isso , eu irei  - sai do quarto e fingi ir embora. Entrei no quarto do Vitor que era bem em frente ao quart que eu estava com o Luan , 40 minutos depois , escutei a porta se abrir , me escondi em um lugar onde ele não pudesse me ver.

Fechou a porta quando não me viu e escutei ele descendo as escadas , sai do quarto e fiquei na escada olhando ele , que estava me procurando. Corri para o seu quarto e fiquei por trás da porta. Luan voltou e já foi indo para o telefone , me ligar.

- Veio atrás não é ? – sai atrás da porta e ele deu um pulo de susto.

- Que susto – Luan colocou a mão no peito.

- (risos) Vai me procurar depois de me virar as costas ?

- Retardada ! – corri até o Luan e lhe enchi de cócegas. – Para , Bárbara !

- Não paro ! Você que é um retardado.

- Você está em cima de mim – um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.

- Vamos dormir – sai de cima dele e coloquei o cobertor em cima de mim , fiquei de costas para ele , fechei os meus olhos e senti as mãos dela pela minha barriga.

Adormecemos depois de conversarmos.

(Dois dias depois)

Fomos para o pantanal , pescar e foi uma aventura muito bom. Encontramos até uma pessoa que não esperávamos encontrar por ali. Era o Beto e a sua mulher , que estava na mesma pousada que nós. Mesmo com o passar do tempo , o Luan ainda não tinha aliviado a sua ‘’ raiva ‘’ dele e aquilo sobrou pra mim , já que ele ficou o tempo todo sério e quando eu falava alguma coisa , ele não dava importância.

- O que foi ? – perguntei passando a mão em seu rosto.

- Não foi nada – tirou a mão do meu rosto. 

NOTÍCIA

O cantor Luan Santana e a jornalista Bárbara Caridi , reataram depois de uma separação , digamos que um pouco assustadora. O cantor revelou em uma coletiva de imprensa que estava solteiro e livre , meses depois postou em sua rede social: ''Não sabemos viver longe de quem amamos''

Desejamos felicidades para o casal , esperamos o tão esperado casório. 

Aquela notícia estampava sites de fofocas , com uma foto minha e do Luan e eu me perguntava onde eles tinham conseguido aquela música , já que nunca publicamos aquela. As coisas andavam muito bem , Luan conversava comigo sobre uma viagem que gostaria de fazer , todos juntos , para um lugar longe.

- Não , Luan. Vamos pescar ? Ainda não fomos juntos , você foi com seus pais e não me levou – fiz um bico e ele selou os meus lábios. 

- Porque não quis , naquele tempo nem tínhamos o Vitor ainda – ele dizia enquanto enrolava um fio de cabelo meu , já que eu estava com a minha 

cabeça sobre o seu peito.

- Está sendo melhor hoje ? Sendo do jeito que você queria ?

- Ainda não é do jeito que eu queria. Apesar que aquele tempo era bom demais ... 

- Falo sobre o nosso filho , sobre o Vitor. 

- O Vitor é o fruto do nosso amor. Fiquei muito mais feliz quando ele nasceu. E quando não estou bem , estou pra baixo ele quem me alegra. 

- Porque não dividi então esse seu sentimento com a sua noiva ?

- Não quero te preocupar. 

- Gostar de morrer , sofrendo ? – perguntei rindo. 

- (risos) Pode ser. Mas pra você o que o Vitor te trouxe ?

- Alegria também e muito amor , bastante mesmo. 

- Mudando de assunto. Como deve está seu pai agora ? Já deve está sabendo 

sobre nossa reconciliação. 

- Falando em meu pai , ainda não acredito que ele falou aquelas coisas pra mim , bateu em mim. E mesmo assim , se um dia chegarmos a nos casar realmente , eu irei convidar ele , mesmo que não queira entrar comigo na igreja. 

- O que eu fiz pra ele não aceitar nossa relação ? Eu falei algo pra ele ?

- Ele é marrento mesmo , chato. Sempre foi assim , amor. 

- Mas o que EU fiz pra ele ?

- Vai saber , deve ter feito algo. Mas não vamos falar dele não é ? É ruim relembrar que o meu pai não vai entrar comigo na igreja. 

- Falando em igreja , vamos fazer o que já devia ter feito antes ? 

- Vamos ? – sentei e o olhei. 

- Vamos ? – ele perguntava passando a mão em meu rosto e rindo. 

- Rindo do que ? 

- Dessa sua carinha de menininha , quando ganha uma boneca. Sabe ? 

- (risos) Eu fico boba amor com isso. É o sonho de qualquer mulher se casar com o homem que ama , o homem da sua vida. 

- O seu sonho não é ? – ele perguntou olhando em meus olhos. 

- E será que vai ser realizado ? 

- Claro que vai , meu amor. Amanhã vamos começar com a preparação do nosso casamento ? – ao ouvir aquelas palavras , foi automático , as lágrimas caíram sobre o meu rosto. – Chorona , mas linda desse mundo. Vem aqui. 

Ele me deu um abraço forte e um beijo na testa , chorei mais ainda abraçada com a pessoa a qual eu tanto amava.

- Vamos , amanhã ? – perguntei. 

- Amanhã. Quanto antes melhor não é ? 

- Não sei , depende de você também. 

- Se eu não tiver a noiva , eu não caso , meu amor – ele falava. 

- Realmente. 

- Amanhã , é amanhã – ele falava decidido. 

- Sim ! 

Dormimos juntos naquele dia , mas na madrugada escutamos a porta do nosso quarto se abrir , era o Vitor Rafal , já estava bem espero. Com um paninho em sua mãos , nos acordou , tivemos um susto ao vê-lo ali.

- O que foi , filho ? – perguntei , ele foi subindo na cama e ficou entre eu e o Luan. 

- Quer dormir aqui com o papai e a mamãe ? – perguntou Luan. 

Ele apenas acenou com a cabeça , afirmando. Luan voltou a dormir. 

(... ) 

- A mamãe acordou , dá um beijo nela filho – Luan dizia , ele olhou para mim e me deu um beijo no olho , bem apertadinho. 

- Hmm , que beijo mais gostoso. 

- Bom dia , meu amor – o Luan disse. 

- Bom dia , meu lindo. Os homens da minha vida dormiram bem ? 

- Dormimos como anjos. 

Tomamos nosso banho e nos arrumamos :

- Já falou com sua mãe ? 

- Comentei por alto , só não disse que seria hoje. 

- Deixa de ser mal , conta pra ela. 

- Deixa eu só terminar de me arrumar – Luan colocou uma blusa branca com uns detalhes azuis , uma jaqueta azul. Após terminar de me maquiar , desci as escadas , o Luan me olhava dos pés a cabeça. 

- Não acredito que está usando isso – não gostava quando eu colocava um salto e ficava maior que ele. – Já viu o seu tamanho ?

- O que é que tem ? – perguntei rindo. 

- Não vou andar de mãos dadas com você desse tamanho. Diminui um pouco. 

- Bobinho. Vamos lá ?

Naquele dia marcamos a data do nosso casamento e antes de sair da igreja , rezei para que tudo desse certo em nosso relacionamento daquele dia em diante. E que a nossa felicidades só redobrasse em nosso casamento.No mesmo dia , Luan me convidou para um cinema , ele iria dá seu jeito de entrarmos para assistir um filme que ele queria tanto assistir.

TUDO EM FAMÍLIA

- Sabe uma carta que você me entregou quando estava grávida ?
- Ah não ! Sério Luan ?
- Sério – ele disse rindo.
- Ah , Luan ! Custou tanto pra fazer aquilo , sabia ? Passei um dia inteiro pensando o que escrever e você fez isso ?  Poxa , fiquei chateada agora.
- Desculpa , eu que estava chateado.
- Eu posso te bater ? – ele fechou os olhos e afirmou com a cabeça , bati em seu peito e depois lhe dei um abraço forte. – Não importa , depois eu faço outra pra você.
- Quando você tiver outro bebê , meu ?
- Own , amor ! Não ...
- Não quer mais ? – ele fez bico.
- Luan é difícil , o Vitor ainda é pequeno.
- Sei ! Mas quando estiver preparada , me chama.

- (risos) Certo , eu te chamo sim. Agora vamos entrar , precisa ficar um pouquinho com o seu filho , amanhã já está indo para Buenos Aires , chique você hein moço ?
- Você viu ? Ficando bom o negócio , tô ficando bom.
- Você sempre foi – nos levantamos ,mas antes de entrar , ele segurou a minha mão e beijou onde estava com a aliança.
- Você não tirou em nenhum momento , não é ?
- Tirei muitas vezes , mas eu não conseguia ficar muito tempo sem ela , então sempre colocava de volta – sorri para o Luan.
- Linda , eu te amo demais – selamos nossos lábios. – Sobe aqui !
Luan se virou e eu não entendi muito bem , o que ele queria fazer.
- Sobe , Bárbara !
- Eu sou pesada , vai aguentar ?
- Creio que sim – Luan ria , subi em suas costas e ele foi meio cambaleando mas depois ficou firme. – Ô , tô ficando forte rapaz.
- (risos) Está mesmo amor , eu estou meio pesadinha.

Chegamos na porta da casa e ele me colocou no chão , almoçamos juntos
e passamos aquela tarde juntos. Era 18h quando chegou o Roberval acompanhado do Wellington e Anderson. Ficaram conversando na sala , com os seus pais , enquanto o Luan tomava o seu banho e eu terminava de arrumar sua mala , já que tinha ficado algumas coisas por último para colocar. Luan saiu do banheiro apenas de cueca.

- Colocou as coisas que faltava ? – perguntou ele.
- Sim ! Mas porque homem é tão folgado ?
- Porque as mulheres questiona tanto ? – rimos.
- Vai saber porque somos assim.
- Então vai saber porque também somos assim.
- Qual roupa você vai ?
- Não sei !
- Essa aqui é linda , combina com você – era uma blusa vermelha , tinha umas linhas e algo escrito inglês que não prestei muita atenção.
- Você acha ? – ele colocou a blusa e ficou em frente ao espelho. – Sei lá !
- Nossa ! Ficou muito sexy , de blusa e cuca.
- (risos) Ah ! Então eu vou assim.
- Quem vai passar vergonha é você mesmo.
- Será que vou passar vergonha ? – Luan deu a sua gargalhada. – Mas essa blusa e a calça ou uma bermuda ? Me conta , amor.
- Calça , o tênis. Coloca o casaco branco por cima vai está meio frio no aeroporto , dentro do avião também e ninguém sabe como está o clima por lá.
- Olha , quer ser a minha personal style ?
- Sou formada em jornalismo , meu amor. Agora vai , Luan.

Luan se arrumou e eu fiquei lhe observando , enquanto se arrumava.

- Antes de descer, não esquece de nada não tá ?
- Com certeza , não irei esquecer – com o seu mais lindo sorriso , ele se aproximou de mim , me abraçou forte e me deu um longo selinho. – Juízo aqui hein ?
- Pode deixar. E você juízo lá , certo ? Boa sorte , meu amor.
- Obrigado , obrigado.
- Eu te amo , não esquece.
- Eu também te amo , muito – nos beijamos , um beijo que nos fez esquecer da hora , dos minutos e dos segundos.
- Luan ? – Roberval bateu na porta do quarto e logo depois abriu , paramos de nos beijar e olhamos para ele. – Vamos cara ! Vai ficar aí beijando ? Vamos trabalhar.
- Já desço.
- Posso pegar a mala ?
- Pode sim – esperamos ele pegar a mala e quando saiu nos beijamos mais um pouco , não conseguimos parar aquele beijo.
- Hmm ... tá bom. Vai se atrasar , vamos lá em seus pais , sua irmão e o seu filho , querem se despedir de você – saímos do quarto de mãos dadas.

A despedida era sempre uma coisa chata de se ver e mais ainda quando é com a pessoa que amamos. Choramos na despedida e ele teve que ir.

(...)

No dia seguinte o Luan tinha postado algumas fotos de Buenos Aires, dos lugares que já tinha conhecido ,  bastante coisa.
Buenos Aires ... Lindo demais isso aqui eeim ?! Tá calor demais !


Naquele dia conversei por telefone com o Luan , mas foi algo tão rápido ele tinha entrevista nas rádios e programas de TV , por tanto deixaria seguir com os seus compromissos e depois de tudo conversaríamos mais. Na quarta-feira pela manhã o Luan chegou no Brasil , mas demorou para chegar em Londrina já que foi tomar café da manhã com uma apresentadora que os convidou.

Ás 10:30 fui com os pais do Luan , até a escolinha do Vitor , pegamos ele e partimos para o aeroporto. Bruna resolveu ficar em casa estudando um pouco. Ao chegar no aeroporto encontramos o Luan tomando um shake e conversando com os seus fãs , ao sair do carro o Vitor nem esperou eu sair junto com os seus avós , já foi gritando pelo pai e saiu correndo , as meninas que estavam conversando com o Luan , ficaram encantadas. Luan pegou o Vitor no braço e se aproximou de seus fãs.

- Fala com as meninas , filho. Manda um xau pra elas – Vitor acenou para as meninas que tiraram foto. – Canta aquela música que eu ensinei pra você , canta pra elas.
Vitor cantou uma musiquinha de criança que o Luan tinha lhe ensinado e quando terminou todos aplaudiram , deixando o Luan encantado com o filho.
- Eu queria contar uma coisa pra vocês. Só que acho melhor todos ficarem sabendo de uma vez e hoje , vou dá uma passadinha no twitter pra contar.
- Acho que já sabemos – disse uma das meninas.
- Vocês acham ? – ele perguntou e olhou para mim.
- Está no seu olhar , para ela.

Luan deu um sorriso tímido , olhou para o Wellington e não tinha mais para onde correr , iria contar logo o que estava se passando.

- Estamos juntos , novamente.
- Nós sabíamos que vocês iriam voltar. São lindos juntos !
- Obrigado , obrigado mesmo.
- Dessa vez sai casório , não é ?
- Creio que sim – Luan dizia sorridente , fiquei ao lado dele , mas ficava quase me escondendo atrás dele. – Ela é tão tímida não é? Mais do que eu.
- Não fica tímida , Bárbara.
- Ela está chorando – disse um menino , fã do Luan.
- Ah ! Vem aqui dá um abraço. Vamos dá um abraço coletivo nela – todos me abraçaram , forte. Aproveitaram para pegar o Vitor e brincarem um pouco.

Nos despedimos de todos e fomos para o carro , o Luan não largava o seu filho. Chegando na casa dos seus pais , a Bruna disparou em cima do Luan , lhe abraçando , ela sentia falta do seu irmão , das discussões que tinham , engraçadas. Almoçamos todos juntos , com o Luan contando o que aconteceu em Buenos Aires , com as fotos que tirou com algumas pessoas que lhe reconheceu , estava bem alegre.

- Vamos subir  ? – peguei o Vitor e fomos para o seu quarto , Luan tirou sua roupa e foi correndo para o banheiro , iria tomar banho. – Babi !
- Oi , amor.
- Vem aqui – entrei no banheiro , ele estava apenas de cueca , box verde. Se olhando no espelho como sempre. – Nem , me deu um beijinho meu amor.
- Como você está ? Eu nem perguntei isso.
- Né , depois de tanto tempo que me pergunta.
- Estava esperando esse momento.
- Eu e você , assim.
- O Vitor está na cama.
- Mas estamos sozinhos aqui – Luan sussurrou em meu ouvido.
- Sim , sozinhos.
- E eu quero um beijo. Posso ?
- Não precisa pedir , você sabe – ele me deu uma de suas juntadas. – Avisa antes de fazer isso meu amor. Assim dói.
- Não aviso nada , assim é melhor. Agora cala a boca.
- Cala a boca , amor ? Que violência.
- Eu falei bonitinho , meu amor. Cala a boquinha , bebê – ele ria , mas isso não impediu de nos beijarmos. Logo após isso , ele tomou o seu banho.

Passamos aquele dia juntos , eu , ele , nosso filho , seus pais e sua irmã. 

CASAL OUTRA VEZ

Naquela noite não consegui dormir bem , então acordei e fiz algumas anotações em meu caderninho que sempre estava comigo. Acabei compondo uma música até , a inspiração estava grande na noite daquele dia. Ao terminar liguei a televisão e fiquei assistindo com o Vitor , mas logo dormi e ele continuou acordado , qualquer movimento dele eu acordava assustada.

No dia seguinte não levei o Vitor para a escola , ele não iria passaríamos aquela tarde com o Luan , pois no dia seguinte ele teria show. Olhei na agenda e era em Buenos Aires , fiquei desesperada , tínhamos acabado de voltar e agora ele já está indo para um lugar bem longe , ficar distante de mim , novamente. Sem vontade alguma de ir até a casa do Luan ,me parei , colocando um short qualquer , arrumando o cabelo e sem maquiagem , escolhi um óculos escuros para tampar as minhas olheiras já que não tinha dormido direto na noite anterior.

Vitor não parava um segundo de pular enquanto já estávamos em frente a porta da casa dos pais do Luan e teve o maior susto quando o seu pai abriu a porta do nada.

- E aí , cara ! Dormiu bem ? – perguntou o Luan pegando o Vitor e beijando o seu rosto. Ele como era tão tímido apenas afirmou com a cabeça.

- Fala pro seu pai eu dormi perfeitamente bem , com a minha mamãe.

- E você não vai me dá um beijo ? – Luan se aproximou de mim e disse com uma voz tão calma que me fez até arrepiar.

- Está perguntando pra mim ? – ele olhou para o lado e para o Vitor.

- Eu acho que foi você sim.

- (risos) Você é um chato – me aproximei dele e selei seus lábios.

- Um selinho , muito obrigado.

- Um selinho é um beijo. Não é ?

- Vai saber – sorriu para mim e entramos em sua casa. Marizete veio

em nossa direção , já foi pegando o Vitor.

- Ele dormiu bem ?

- Ótimo Dona Marizete , ficou bem quietinho.

- Aqui ele chamava tanto o seu nome.

- É mesmo ?

- Sim , chamava muito.

- Que lindo ! Mas a mamãe agora está aqui – disse rindo e beijando o rostinho dele , me virei para o Luan. – Luan , a gente pode ter uma conversa bem rápido ?

- Podemos sim.

Luan colocou o Vitor em cima de um tapete onde já tinha alguns brinquedos espalhados e caminhamos até o jardim.

- É grave demais o negócio ?  O que eu fiz ?

- Não ! É que amanhã você está viajando para Buenos Aires , não é ?

- É ? Cara é mesmo , eu esqueci.

- Como assim você esquece onde seria o show , cabeção ? – bati em seu braço.

- (risos) Ultimamente venho esquecendo de umas coisas.

- Estou percebendo. Mas Luan , amanhã você está indo para Buenos Aires , quando voltar iremos nos resolver de verdade ?

- Não resolvemos ainda ?

- Não quero ficar me escondendo.

- Ah ! Você quer que eu anuncie para o pessoal , que eu estou namorando ?

- Que você voltou a namorar – sorri tímida. – Luan ! Eu sei que quem faz esse pedido é sempre o homem , mas a mulher quando ama muito um homem  - peguei  na mão do Luan , estava sem aliança e sem aquele anel que ele frequentava usar. – Primeiro , ela pede a aliança desse cara ,que era noivo.

- (risos) Vamos para o quarto ?

- Eu nem terminei. Me dá a aliança ?

- Vem no quarto , ela está lá.

- Vai pegar ? Eu te espero aqui.

Luan saiu correndo pela a casa indo até o seu quarto pegar a nossa aliança. E enquanto ele estava em seu quarto , fiquei pensando em como dizer tudo o que eu queria que ele ouvisse e que ele sentisse que estava saindo do fundo do meu coração. Tomei um susto quando ele chegou e fez um barulho , ele sentou-se em minha frente e novamente eu pude pegar em sua mão.

- Bom ! Como eu disse quem faz sempre um pedido a mulher é o homem , mas eu não acho que só o homem que deva fazer isso. Isso aqui prova o quanto eu sou capaz de fazer de tudo pra te ter ao meu lado , novamente. Eu quero ser sua noiva , você me aceita de volta ? – perguntei engolindo o choro.

- Aceito , meu amor – ele me respondeu dando um dos seus mais lindos sorrisos. Beijei a aliança e coloquei em seu dedo , em seguida ele se aproximou de mim passou suas mãos em meu rosto , fazendo nossos olhos se cruzarem. Ele me deu um beijo forte , passou a mão em meu peito para sentir o meu coração e lá estava ele , batendo rápido , muito rápido. Nos afastamos e ele sorriu para mim , ainda com a mão em meu peito que continuava a pulsar forte. – Está rápido !

- Você causa isso.

- Você também causa isso em mim , sente – pegou a minha mão e levou até o seu peito , pude sentir também o seu coração pulsar rápido. – Sentiu ? Está batendo forte também , não é ?

- Sim ! Você me ama ?

- Acho que se eu não te amasse tanto , eu não teria voltado com você.

- Mas é de verdade ?

- De verdade ,meu amor, minha linda.

- Eu também te amo , muito. Meu bebê !

- Repete pra mim , vai ?

- Que eu te amo ?

- Meu bebê – ele ria.

- Meu bebê ! Meu amor , só meu e de mais ninguém.

- Posso te dizer uma coisa ? Acho que você vai querer me matar por isso.

- Lá vem bomba. Aí amor ,não quero escutar isso hoje não.

- É sobre o apartamento.

- O meu ?

- O que era nosso.

- O que talvez pode ser nosso ainda ?

- É pode ser. Mas sabe aquele papel que eu rasguei na sua frente , quando discutimos ?

- O papel do apartamento ?

- Não era o papel do apartamento.

- O que era então , Luan ? – m e afastei dele , já que estávamos abraçados.