quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

CIÚMES

- Foi a pessoa que você acabou de ver ?
- Me deixa sozinho, Bárbara.
- Eu não vou deixar você sozinho, porque ... – não terminei de falar, pois o Luan não deixou, já que me olhou sério e entendi. Sai , lhe deixando sozinho como queria.

Alguns minutos depois olhei para o mesmo lugar que eu tinha deixado o Luan, perto de uma janela, onde ele continuava olhando as pessoas pescarem. Fui até ele, dessa vez não quis saber se seria ignorada, eu tinha que está ao seu lado.

- Eu também sinto ciúmes de você. É ruim isso não é ? – eu falava como uma tola, ele continuava em silêncio. Escutamos umas pessoas rirem, olhamos para o lado e encontramos o Beto junto com a sua esposa, ela era muito bonita e fiquei feliz em vê-lo alegre daquele jeito ao lado dela, ele merecia uma boa mulher.

- Oi Bárbara – disse a mulher que estava com o Beto, o Luan se afastou da janela e olhou para a mesma direção que eu, ao ver o Beto fez uma careta e voltou a olhar as pessoas pescarem.
- Oi, conheço ? – perguntei, já que aquela mulher se mostrou tão intima de mim.
- Sou a esposa do Beto, ele me contou sobre vocês. Uma amizade muito bonita. Espero que essa amizade não se acabe, vejo que é uma ótima pessoa e eu não tenho ciúmes, vou logo avisando – ela disse sorrindo, era simpática e mostrava sinceridade. – Apareça em nossa casa, vão nos visitar.

O Beto, não falava nada apenas nos observava sorrindo.
- Irei sim , levarei o meu noivo e o meu filho. Pode ser ?
- Claro, esperamos vocês. Estamos indo, qualquer coisa pode ir em nosso quarto.
Ela olhou para o Beto e deu um beijo em seu rosto. Fiquei pensativa, ela disse não ter ciúmes e porque estava fazendo aquela cena ? Sorri para ela e nos despedimos.
- Irônica ela não é ? – disse para o Luan que continuava do mesmo jeito.
- Não quero saber de nada, Bárbara.
- Não acredito, Luan ! Viemos para esse lugar, para discutirmos ? Eu nem falei com ele, imagina se eu tivesse cumprimentado ele ? Que besteira.


{...}

Eu não conseguia gostar daquele cara, eu sentia raiva dele por já ter tentado algo com a minha Bárbara. Eu me sentia inseguro também, por ver que ela admirava ele. Eu tinha medo também, na verdade eu tenho medo de um dia ela cansar de mim e correr para os braços deles, mesmo ele casado agora. Para não brigarmos pelo o Beto, eu resolvi ficar um pouco quieto, ela insistiu em ficar do meu lado, me perguntar o que estava acontecendo, mas eu preferi não responder nada.

Com isso a Bárbara passou a tarde com a minha irmã, o meu filho e a minha mãe em um lugarzinho que parecia um shopping, ali perto da pousada que estávamos. Eu, resolvi esfriar a cabeça, indo para o quarto e dormindo a tarde inteira. Ao acordar pela noite vi que ao meu lado tinha várias sacolas, com certeza a Bárbara aproveitou. Olhei para a janela e já era noite, senti falta dela e do meu filho e sai do quarto.

Fui para o lago da pousada e encontrei todos ali, e ela estava lá, linda com o nosso filho em seu colo, ao seu lado a esposa do Beto, em frente a elas, o meu pai e o Beto conversavam. Me aproximei devagar e sentei ao lado dela :

- Oi , agora está mais calmo ?  - ela me perguntou passando a mão em meu rosto.
- Não estava estressado.
- Chateado comigo ?
- Não !
- E essa carinha ? – ela beijou o meu rosto. – Vamos pro quarto ?
- Acabei de sair de lá, vou ficar por aqui mesmo.
- Tem certeza ? – Bárbara me perguntava com um sorriso malicioso no rosto.
- Tenho, Bárbara – falei um pouco impaciente, tinha acabado de acordar e ela começou a me encher de perguntas, eu ficava louco.
- Quanto mais velho você vai ficando, mas grosso também vai ficando.
- Não estou sendo grosso com você.
- Tudo bem, vou subir então com o Vitor.
- Deixa ele aqui comigo ? – ela não falou nada, apenas colocou o meu filho em meu colo, se despediu de todos e foi se afastando aos poucos. Pedi licença a esposa do Beto e fui participar da conversa do meu pai com o Beto, eles conversavam sobre, jornalismo, faculdade. Estava perdido naquela conversa.

Até o meu pai pegar o Vitor de mim e se afastar, indo até a minha mãe que agora conversava com a minha irmã e a esposa do Beto. Aproveitei para conversar com ele.

- É bem estranho está cara a cara, com o homem que me fez separar da minha mulher.
Um beijo, acaba com qualquer casamento. – fui tolo em começar daquele jeito, aquela conversa, mas já tinha saído e eu queria ver qual era a dele.
- Eu agora sou casado, Luan. Não vamos ficar comentando sobre isso aqui, perto da minha mulher. E já passou também não é ? Vocês dois estão juntos de novo.
- Para sua infelicidade, talvez.
- Para a minha infelicidade ? Pois saiba que eu estou muito feliz em saber que vocês estão juntos novamente, até porque a Bárbara te ama e o lugar dela é ao seu lado. É uma pena, saber que no começo eu presenciei coisas terríveis entre vocês dois, você não soube reconhecer o amor que ela sentia por você. E sobre o beijo, foi apenas um acidente, não precisava ter maltratado tanto ela daquele jeito. Mas você é um moleque, e os moleques fazem isso.
- Você beija a minha noiva e depois vem aqui me chamar de moleque ? Você é um tanto adulto então, não é ? Creio que quem faz isso, beijar mulher comprometida, não é considerado um homem.
- Eu sou adulto o suficiente pra entender e dar valor a um sentimento de uma mulher. O que a Bárbara passou durante a gestação dela não foi brincadeira, você abandonou ela, cara. No momento que ela mais precisava, você simplesmente deixou ela de lado.
- Você não sabe de nada, cara. Não sabe o quanto eu sofri também com essa separação que você fez com que acontecesse, você estragou o nosso relacionamento.
- Luan, não vou ficar aqui discutindo isso com você.

Ele ia saindo, mas voltou e tocou em um assunto que me irritou demais, e a única coisa que se passou na minha cabeça, foi fechar a minha mão e socar a cara dele.
- Luan ! Você ficou maluco ? Para com isso. Vai pro seu quarto.

Minha mãe assustada com o Vitor em seus braços, foi comigo até o meu quarto. Bárbara abriu a porta e eu sai disparado para o banheiro. 

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