- Vem aqui pra você conhecer a minha
prima de Manaus – dizia Bruna ,
descemos juntas indo até a sala.
- Está melhor , Bárbara ? –
perguntou a Marizete.
- Estou sim , Dona Marizete.
Obrigada por se preocupar.
- Bárbara , essa aqui é a Emanuella.
É da família , minha prima e do Luan
e sobrinha da minha mãe.
- Olá tudo bem ? – fui simpática
- Estou ótima. Bárbara que barrigão
lindo.
- Ainda vai crescer muito.
- Mas está lindo , parabéns.
- Obrigada !
- Adivinha quantos anos essa menina
tem ? – perguntou Bruna.
- 18 ?
- Eu bem queria ter 18 , assim seria
de maior.
- E quantos anos você tem ? – estava
surpresa.
- Tenho 15 anos.
- Sério ? Não parece – Emanuella era
bem desenvolvida , tinha o maior corpão , um cabelo incrível , longo , ela era
bem linda , mesmo.
- Pois é , eu tenho 15 anos.
- Muito linda ! Veio passar férias
aqui ?
- Então , minha mãe me deixou passar
quatro dias aqui depois já estou voltando para Manaus , fazia um tempo que não
encontrava os meus tios , meus primos. A última vez que vim aqui , o Luan nem
estava e agora nos reencontramos – até o seu jeito de falar , não era de uma
menininha , mas sim de uma mulher , uma voz firme.
- Estou impressionada , eu com 15
anos não tinha esse jeito de falar , esse corpão. Todos aqui são bem desenvolvidos.
Tivemos uma longa conversa e em um
momento não me senti muito bem , me senti sozinha do nada , fui para o quarto
do Luan e me joguei em sua cama , chorei como se algo de grave tivesse
acontecido comigo , mas não era. Gravidez sensível , essa me pegou de jeito.
Senti uma mão em meu ombro e quando
olhei encontrei o Luan :
- O que foi amor ? – ele me
perguntava preocupado.
- Não foi nada ...
- Ninguém chora por nada , Bárbara.
- Eu estou sensível , é só isso.
- (risos) Minha sensível ! Se arruma você está quase deitando por cima
da barriga. Posso ficar aqui te fazendo carinho , dando beijinhos , você quer ?
- Pode ficar aqui sim , meu amor –
Luan deitou ao meu lado , coloquei a minha cabeça sobre o seu peito. Ele ligou
a televisão e ficamos assistindo.
E enquanto assistíamos o Luan pegou
o meu celular e tirou um tanto de fotos de nós dois.
{ ... }
No ano seguinte comecei a fazer uma
bateria de exames e como eu era bem vaidosa com o meu corpo , não parava os exercícios , caminhava ao sol
, usava cremes corporal. E com o bebê , o quarto já estava pronto na casa dos
pais do Luan , ele optou por eu passar alguns meses em sua casa ao lado do seus
pais e de sua irmã , já que eu morava sozinha e ele não me queria deixar com o
nosso filho , em um apartamento.
Março aniversário do Luan , ele
completava seus 22 anos , fizemos um churrasco para amigos , família e outras
pessoas a mais. Foi bem animado com roda de viola , banho de piscina. Naquele
dia aproveitei bastante :
- Gogó , vem aqui sentir o meu filho
mexendo – o Luan chamou a sua maior
prima , ele adorava a Glória. Ela colocou a mão em minha barriga , ficou sentindo o bebê ,
conversando sobre roupinhas , acessórios.
- Luan deve ter ficado tão bobo ,
quando descobriu não é ?
- (risos) Ficou sim , assim como eu
também.
{ ... }
No mês de maio tudo estava pronto ,
minha bolsa e do bebê já estavam arrumadas e só esperava o momento de ir para o
hospital. A primeira semana de maio se passou e nada do Vitor Rafael , querer
sair , esperamos mais uma semana e foi justamente naquela que aconteceu. Um
certo dia de madrugada comecei a sentir forte dores , eu estava sozinha em meu
apartamento e era aproximadamente 02:30 da manhã.
A cada minuto as dores ficava forte
, fiquei sentada na cama eu tinha esquecido completamente que seria naquela
semana que o Vitor Rafael iria nascer, por isso fiquei com uma compressa quente
em cima da barriga , porém as contrações ficava
cada vez mais forte.
Luan não estava em Londrina e só
chegaria no dia seguinte , então ele não iria está presente no nascimento do
filho , isso eu já estava conformada. Liguei para a casa dos seus pais , mas
ninguém atendi , resolvi então pegar a duas bolsas.
Sai do apartamento ainda sentindo
muita dor , fui até a portaria mas não era o João que estava e sim outra
pessoa. Me perguntando se eu me sentia bem , pedi que ele me ajudasse a chegar
em meu carro. Já dentro do carro fui ligando para todos.
Primeiro para a minha doutora , a
Emilly. Ela já estava no hospital e me aguardava , era apenas falar o meu nome
e eu já iria para a sala de cirurgia. Liguei para o Luan também , porém não
entendi o que ele falava , era um barulho muito grande, desliguei quando senti
mais uma contração e dessa vez a mais forte , freei o carro bruscamente e respirei
fundo.
O meu celular começou a tocar , era
o Luan :
- Luan ? – falei desesperada.
- Oi amor , ligando essa hora. O que
aconteceu ?
- Eu acho que o bebê vai nascer –
disse ofegante.
- Agora ? – ele perguntou surpreso.
- Sim ! Ele quer nascer agora , então
tem que ser. Não aguento mais de tanta dor , pelo amor de Deus , tenta falar
com sua mãe , porque eu já tentei e nada.
- Eles vão para o seu apartamento.
- Não ! Eu não estou no apartamento.
- Onde você está ?
- Peguei o meu carro para chegar
rápido no hospital , estou na estrada ... AAÍ !
- Aí ? Bárbara você ficou maluca ?
Sozinha indo para um hospital ? Onde você está ?
- Minha bolsa rompeu !
- Bolsa ? Que bolsa ?
- Vou tentar chegar até lá , mas
liga pra sua mãe.
- Meu Deus ! Meu filho vai nascer.
Respira meu amor , me diz onde você está , em que local , eu mando alguém até
aí – disse ao Luan onde eu estava.
Demorou na faixa de 20 minutos
quando vi um carro preto se aproximando e parando bem em frente ao meu. Já
chorava e vendo aquele carro me bateu o maior medo.
- Bárbara vai para o outro banco –
dizia a Marizete , ela ligou o carro e foi para o hospital disparada. No
caminho até o hospital , a Marizete me dava maior bronca por eu ter saído no
meio da madrugada sentindo contrações e ainda ir dirigindo.
{ ... }
- Sua bolsa estourou menina , corre
que esse bebê tem que sair logo – fui recebida pela a Emilly quando já estava em um corredor.
Entramos em um quarto onde me ajudaram a colocar uma roupa azul , era especial
, em seguida já fui para a sala de cirurgia. – Você deveria ter chamado uma
ambulância. Não pode demorar muito tempo , ele pode ficar sem respirar aqui
dentro. Mas vamos ao trabalho , ele já está posicionado direitinho , será
normal. Tem que colocar força e pode segurar aqui do lado.
- Normal ? Vai ser normal ? – quase
iria fazer um escândalo.
- Vai ser , não tem como ser mais
cesárea.
- Vai doer ?
- Não vai Bárbara , vai ser
rapidinho – dizia Marizete que não saiu em nenhum momento do meu lado , tentava
me acalmar mas era algo impossível.
Segurei a mão da Marizete e colocava
força toda vez que vinha uma contração , todos que estavam vendo , me ajudaram
, pedindo para que eu fizesse força e não desistisse.
Ah que pena que o Luan não ta nesse lindo momento :/ Posta mais Flor ;)
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